Apontada como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista americana Time, Sônia obteve 156.695 votos, tornando-se a deputada federal indígena mais votada neste pleito. Juliana, afroindígena, somou 125.517 votos, enquanto Célia conquistou 101.154 votos e Silvia 5.435.
Joenia Wapichana (Rede), que em 2018 foi eleita deputada federal e tornou-se a primeira mulher indígena a ocupar o cargo em 194 anos de história da Câmara dos Deputados, não conseguiu a reeleição.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao todo, 186 indígenas se candidataram nas eleições 2022.
Sônia Guajajara
Sônia é do povo Guajajara/Tenetehara, que habita as áreas das Terras Indígenas Araribóia, no Maranhão. Deixou sua aldeia para estudar ainda jovem, se formou em Letras, Enfermagem e é especialista em Educação Especial pela Universidade Estadual do Maranhão. Sônia é ativista, já foi candidata a vice-presidente na eleição de 2018, com Guilherme Boulos pelo PSOL, e atua como coordenadora da APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
Sua vida é dedicada a combater a invisibilidade dos povos originários, além da preservação da Amazônia. Em 2019, ela discursou na Cúpula do Clima da ONU em Nova York, reforçando a importância da manutenção do meio ambiente.
“São Paulo, nós conseguimos! A primeira mulher indígena eleita como deputada federal por SP vai aldear o Congresso Nacional. Muito, muito obrigada pela confiança. Estou muito feliz e consciente da missão que terei em representar vocês em Brasília! Vamos aldear mentes e corações, e construir um novo Brasil. Seguimos juntes”, comemorou ela nas redes sociais após a vitória.
Célia Xakriabá
A professora ativista do povo Xakriabá, de Minas Gerais, Célia Xakriabá (PSOL), também marcou a história sendo a primeira mulher indígena a ser eleita deputada federal no estado. Desde os 25 anos, Célia dedica-se à luta pelos direitos das línguas indígenas ameaçadas, reestruturação do sistema educacional, além de fazer parte da Bancada do Cocar, que busca mudar a sub-representação dos povos originários dentro da política.
“Hoje entramos pra história! Primeira deputada federal indígena eleita pelo estado de Minas Gerais e iniciamos um novo momento da história da democracia neste país com a eleição de pelo menos 3 mulheres indígenas para o Congresso Nacional. Vamos com tudo para esse novo ciclo de luta, ARIÃTÔ, comemorou nas redes sociais.
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Juliana Cardoso
Educadora, ativista dos movimentos sociais e sindical, Juliana está em seu quarto mandato como vereadora pelo PT em São Paulo, e já presidiu a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal.
“São Paulo fez história e levou uma mulher petista, afroindígena, feminista e de luta para Brasília! Gratidão pelos mais de 125.000 votos que nossa candidatura de sonhos, resistência e luta recebeu!”, escreveu ela em comemoração.
Silvia Waiãpi
Silvia Waiãpi (PL-AP), eleita com 5.435 votos pelo Amapá, é militar das Forças Armadas. Sua campanha foi apoiada no grupo Frente Lealdade pelo Brasil, que defende “uma educação de verdade, livre de ideologização, a proteção das crianças em todos os âmbitos de sua existência, o direito à posse e ao porte de armas para defesa pessoal, da família e da propriedade privada, entre outros, bem resumidos no lema Deus, Pátria, Família e Liberdade”.
Durante sua campanha, Silvia recebeu apoio de nomes como Eduardo Bolsonaro (PL), Damares Alves (Republicanos), Carla Zambelli (PL).