16/05/2024
Encontro ‘Aquilombar’ busca promover valorização da cultura e tradições. Entre atividades, grupo faz marcha até Congresso Nacional.
Nesta quinta-feira (16), Brasília recebe a segunda edição do Aquilombar, o maior evento do movimento quilombola do país. Os quilombolas fazem parte dos povos originários, já que descendem dos negros escravizados.
Entre as atividades, os participantes do Aquilombar fazem uma uma marcha até o Congresso Nacional. De acordo com a Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), o ato deve reunir 5 mil pessoas.
Quilombola é um termo usado para identificar aqueles “remanescentes de comunidades dos quilombos”. Os quilombos eram espaços de liberdade e resistência criados para abrigar pessoas escravizadas.
Cem anos depois da abolição da escravidão, a Constituição de 1988 criou a nomenclatura “remanescentes das comunidades dos quilombos”. Foi definido que pessoas que ocupavam essas terras deveriam ter reconhecida a propriedade definitiva do espaço, “devendo o Estado emitir-lhes títulos respectivos”.
Ao longo do tempo, a expressão usada na Constituição foi sendo substituída pelo termo “quilombola”.
Território Kalunga, a maior comunidade quilombola do Brasil — Foto: Fábio Tito/g1
O Brasil tem 1,3 milhão de pessoas que se autodeclaram quilombolas. É o que mostram dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O objetivo do Aquilombar, que tem como tema “Ancestralizando o Futuro”, é promover a valorização da cultura e as tradições quilombolas. As atividades do evento estão concentradas no Eixo Cultural Ibero-americano, antiga Funarte.
Na programação, palestras, feira temática quilombola, oficinas, performances culturais e rodas de conversa. Um dos debates é a representatividade dos quilombolas no cenário político brasileiro.
“É um ato coletivo de expressão e reivindicação para efetivação de políticas públicas, tais como titulação dos territórios quilombolas, educação quilombola, saúde, moradia e outras políticas públicas que garatam a inclusão social dos quilombos do Brasil”, diz Maria Rosalina, coordenadora executiva da CONAQ .