06/08/2012
Inicia amanhã em Belém (7 de agosto), o encontro "Os Quilombolas e os
Desafios da Regulamentação da Consulta Prévia” numa promoção conjunta da
Comissão Pró-Índio de São Paulo e da Malungu – Coordenação Estadual das
Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará.
Trinta lideranças quilombolas de diversas regiões do Pará participarão da
oficina. Segundo a Malungu, no Pará encontram-se mais de 400 comunidades
quilombolas. É o estado que conta com o maior número de comunidades
quilombolas com terras tituladas no Brasil: são 120 comunidades, o que
representa 47% do total.
Situadas numa região muito rica em recursos naturais, as comunidades
quilombolas da Amazônia sofrem diversas pressões como empreendimentos
hidrelétricos ou de extração de minérios. Todas estas intervenções demandam
consultas prévias das comunidades afetadas. No entanto, o que se observa é
que o direito a consulta prévia não vem sendo respeitado. Isso é o que
ocorre nesse momento, por exemplo, com as comunidades quilombolas do
município paraense de Oriximiná que estarão presentes no encontro. O
governo federal outorgou concessões de lavra de bauxita para a Mineração
Rio do Norte que incidem em dois territórios quilombolas, onde vivem 12
comunidades. Esse ano, a empresa iniciou os trabalhos de preparação para a
extração mineral a partir de 2018 sem que fosse realizada consulta ou mesmo
uma comunicação oficial aos quilombolas.
Esse e outros casos serão discutidos na oficina no contexto da reflexão
sobre os procedimentos mais adequados para as consultas. Também serão
analisadas as legislações que regulamentam a consulta em países como o
Peru, Chile e Bolívia e avaliados os riscos envolvidos na regulamentação
dos procedimentos para a consulta.
A programação da oficina vai até o próximo dia 9, quando ocorrerá a Roda de
Diálogo com a participação de representantes da Secretaria Geral da
Presidência da República e Ministério das Relações Exteriores – que
coordenam o processo de regulamentação da consulta-, do Instituto de
Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP) – um dos
órgãos que integra a Comissão Estadual de Políticas para Comunidades
Remanescentes de Quilombos do Pará -, do Ministério Público Estadual e
Ministério Público Federal.
Espera-se que o debate em torno da regulamentação fortaleça as comunidades
indígenas e quilombolas para cobrar do Estado Brasileiro o cumprimento do
direito a consulta livre, prévia e informada.
Acompanhe o encontro pelo Facebook da Comissão Pró-Índio:
http://www.facebook.com/comissao.proindio
http://www.facebook.com/cpisp
Oficina “Os Quilombolas e os desafios da regulamentação da Consulta
Prévia”.
Dias 7 a 9 de agosto de 2012
Belém, Pará
Promoção: Comissão Pró-Índio de São Paulo e Malungu – Coordenação Estadual
das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará
Apoio financeiro: Christian Aid, ICCO e ASW- Aktionsgemeinschaft
Solidarische Welt e.V.