Relação das Comunidades Negras Quilombolas em Minas Gerais

06/06/2021

Autor: Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva - Cedefes

 

APRESENTAÇÃO

Construída a partir do banco de dados do Cedefes e de diversas outras fontes inéditas e publicadas, esta é a 3ª edição da Relação das Comunidades Negras Quilombolas em Minas Gerais, que permanecerá aberta em nosso site para atualizações periódicas.

Historicamente, o quilombo foi uma das formas de resistência e sobrevivência adotada pela população escravizada de origem africana em diferentes regiões do Brasil. As condições degradantes da escravidão, a abundância de espaços habitáveis e um desejo intenso de liberdade foram fatores que levaram à formação desses agrupamentos.

Após a Abolição, as pessoas libertas e seus descendentes foram abandonadas pelo Estado brasileiro sem lhes permitir qualquer compensação pelos séculos de trabalho escravo. Por isso, foram se ajeitando como podiam, pacificamente, em espaços não ocupados ou doados.

Assim, ao longo de nossa história, foram formadas comunidades predominantemente negras, baseadas em grupos familiares, com cultura de raiz africana e sistemas produtivos voltados, principalmente, para a sobrevivência dos seus membros. Esses domínios, reconhecidos socialmente pelos habitantes do entorno, receberam e ainda recebem denominações diversas como quilombos, mocambos, comunidades negras, terras de preto, terras de santo entre outras.

Os quilombos viveram na invisibilidade social e legal até que, em 1988, um século após a Abolição, a Constituição da República garantiu-lhes direitos sobre a sua cultura e o seu território. No entanto, a aplicação desses direitos tem sido lenta e irregular.

Ao longo de sua história, Minas Gerais é um dos estados brasileiros que mais utilizou a mão de obra na forma da escravidão. O intenso uso desse tipo de trabalho nas minas de ouro e na produção agrícola fizeram com que o estado detivesse a maior população escrava do Brasil ao longo de quase todo o século XIX.

É por esse histórico que, na atualidade, Minas Gerais está entre os estados com maior número de comunidades quilombolas ao lado da Bahia e do Maranhão. No entanto, com mais de mil comunidades quilombolas situadas no território mineiro, nenhuma delas recebeu e tem sob o seu domínio o título de propriedade de seu território original na forma definida pelo Constituição da República.

Esta publicação da Relação das Comunidades Negras Quilombolas em Minas Gerais é uma ferramenta que o Cedefes coloca à disposição de todos os quilombolas mineiros na luta pela efetivação dos seus direitos identitários, culturais e territoriais.

Equipe Cedefes

 

ACESSAR DOCUMENTOS: 

RELAÇÃO DAS COMUNIDADES NEGRAS QUILOMBOLAS EM MINAS GERAIS

*NOTA TÉCNICA

*TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS OFICIALMENTE DELIMITADOS PELO INCRA MG

 

 

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