Lamentamos profundamente o falecimento do indigenista Rieli Franciscato, que estava à frente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), em Rondônia. Morreu em decorrência de uma flechada quando tentava proteger um grupo de Indígenas isolados na região de Seringueiras.

Rieli e sua equipe tentavam a todo custo evitar o contato direto da população local, para evitar contaminação dos indígenas isolados, acuados pela devastação ambiental e destruição do que restava de seu território cultural.

Segundo relatos, os indígenas não tinham mais confiança em ninguém da região pela situação a que estavam sendo submetidos de violência. Custou a vida de quem atuava incansavelmente para defender suas vidas… Uma flecha no coração silenciou Rieli quando adentrou a mata para verificar se estava tudo bem com os indígenas. Foi vítima da própria política deste (des)governo declaradamente anti-indígena, genocida e contra os direitos dos povos tradicionais.

Rielli se tornou um mártir da luta em defesa dos povos indígenas isolados. Todo o nosso respeito e reverência à sua história e grande legado que nos deixou!

Sua morte deixa um imenso vazio. Mas a certeza da Resistência de quem fica.

Aos familiares de Rieli nossa solidariedade e carinho. Aos Indígenas a continuidade da luta de Rieli por sua proteção e direitos.

Belo Horizonte, 10 de Setembro de 2020.

Assinam esta Nota:

Associação Nacional de Ação Indigenista (ANAI)

Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (CEDEFES)

Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG)