17/08/2014
Por Douglas Belchior
Em todo Brasil, em grande parte das capitais dos Estados incluindo São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Vitória, Belo Horizonte e Porto Alegre, negras e negros, autônomos e independentes estão a todo vapor organizando a II Marcha Nacional Contra o Genocídio do Povo Negro.
A partir da Bahia, a resistência organizada pelo Quilombo X e pela campanha Reaja contagiou organizações negras em todo país e o resultado é a construção de um grande momento de mobilização negra que culminará na II Marcha Nacional Contra o Genocídio do Povo Negro, no próximo dia 22 de Agosto.
Em São Paulo, a luta contra o genocídio negro protagonizada pela Uneafro-Brasil, MNU, Circulo Palmarino, NCN-USP, Levante Popular da Juventude, Mães de Maio, Quilombagem, Força Ativa, Posse Haussa, entre outros, já alcançou importantes resultados, como o Fim dos Autos de Resistência no Estado, mas ainda assim a violência policial e o índice de assassinados promovidos pelo aparato militar só aumenta.
Para se ter uma ideia, só em São Paulo, de 2002 para 2011 houve um aumento de 24% de morte de jovens negros, um crescimento de 11.321 para 13.405. Com esse diferencial, a vitimização de jovens negros passa de 71,6% em 2002 para 237,4%. A violência nos três primeiros meses de 2014 em comparação a 2013 apresentaram um aumento de 206,9% do número de pessoas mortas por policiais em serviço. O aumento sistemático de extermínios é uma das faces do genocídio do qual falamos.
Neste próximo Domingo, dia 17/08, essas organizações promoverão o Seminário Contra o Genocídio do Povo Negro, com a presença de especialistas, intelectuais e militantes de movimentos sociais e do movimento negro. Para quem se preocupa com a guerra cotidiana que vivemos, vale a pena participar:
Seminário Contra o Genocídio do Povo Negro
Domingo | 17 de Agosto | a partir das 09h00
Local: Sintaema – Sindicato dos Trabalhadores da Água e Meio Ambiente de SP.
Próximo ao Metrô Armênia (saída para Rua Eduardo Chaves, posto de gasolina de esquina).
Programação:
Mesa – RACISMO, CAPITALISMO E LUTA DE CLASSES (9h às 12h)
Gevanilda Santos – organização Soweto/ CONEN
Weber L. Góes – professor, graduado em História (Fundação Santo André).
Almoço (12h às 13h30)
Mesa – VIOLÊNCIA DE ESTADO CONTRA A MULHER NEGRA (13h30 às 15h30)
Patrícia Chaves – Levante Popular da Juventude
Bia Sankofa – Força Ativa
GRUPOS DE DEBATE (15h30 às 17h30)
-Violência contra mulher negra
-Violência Policial e Encarceramento em Massa
-Direito à Moradia
-Homofobia e Racismo: violência contra Afro-Lgbt
-Violência Institucional
SARAU CONTRA O GENOCÍDIO (à partir das 17h30)
Intervenção Cultural com microfone aberto.
Haverá espaço Lúdico para crianças com atividades pedagógicas durante o Seminário
Voluntári@s serão bem vind@s.